Resiliência Mercado Imobiliário diante Guerras Comerciais
Resiliência do Mercado Imobiliário diante de Guerras Comerciais Como Con…
Resiliência do Mercado Imobiliário diante de Guerras Comerciais Como Con…
As recentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reacendidas com tarifas altíssimas — 104% de um lado, 84% do outro — em abril de 2025, acenderam o alerta entre investidores. Em meio à instabilidade global, o mercado financeiro virou um terreno de incertezas: o câmbio oscila, a inflação pressiona, e a busca por investimentos seguros cresce. Nesse cenário, o mercado imobiliário volta aos holofotes como uma opção tradicional de proteção de patrimônio e geração de renda. Este texto explora como guerras tarifárias e conflitos armados impactaram (e ainda impactam) o setor imobiliário — e o que podemos aprender com isso no contexto brasileiro atual.
A Nova Rodada EUA-China
Em abril, os Estados Unidos resolveram jogar pesado com tarifas sobre produtos chineses — o que, claro, teve resposta imediata de Pequim. Essa troca de retaliações elevou o risco de uma desaceleração econômica mundial. Aqui no Brasil, o reflexo foi imediato: o Banco Central subiu a taxa Selic para 14,25%, tentando conter os efeitos da inflação importada e da incerteza global. O crescimento do país, segundo estimativas, deve ficar entre 1,5% e 2% neste ano — com impacto direto no consumo e no emprego.
Setores em Alerta... e em Alta
Enquanto a indústria, especialmente a de tecnologia, sente o baque — por conta da dependência de insumos importados —, o agronegócio vê oportunidades. A China, buscando fornecedores alternativos aos EUA, aumentou as compras de grãos e carnes brasileiras. Para os investidores, isso cria uma janela interessante: o dólar, por exemplo, caiu no curto prazo, mas deve subir futuramente, o que torna esse momento uma espécie de “vale de oportunidade”. mas tome cuidado.
Pós-Segunda Guerra: Reconstruir foi lucrativo
Após a Segunda Guerra Mundial, países como Alemanha e Japão investiram pesado na reconstrução de cidades. A valorização de imóveis foi impressionante: em média, 8% ao ano entre 1945 e 1955. Quem comprou terrenos estratégicos durante a guerra viu esses ativos triplicarem de valor nos anos seguintes.
Síria e Ucrânia: Mesmo em guerra, há nichos resilientes
Mesmo em conflitos intensos, como a guerra civil síria, regiões menos afetadas continuaram valorizando. Cidades costeiras como Tartus e Latakia viram os preços dos imóveis crescerem cerca de 4% ao ano. Já na Ucrânia, Lviv teve uma valorização de 12% em 2024, com investidores apostando na reconstrução futura.
Crise de 1929: Quem tinha terra, dormiu tranquilo
Durante a Grande Depressão, enquanto a bolsa derretia, muitos ativos tangíveis, como terras agrícolas, resistiram bravamente. No Meio-Oeste dos EUA, propriedades rurais mantiveram cerca de 70% do valor, sustentadas pela demanda constante por alimentos.
No Brasil, cidades ligadas ao turismo a construção civil em Itapema, Porto Belo e Balneário Camboriú vêm se destacando. Os imóveis comerciais e residenciais por lá estão crescendo em torno de 7% ao ano, assim como algumas cidades do interior de São Paulo e no Paraná seguem o mesmo ritmo impulsionados pelo Agronegócio
Misturar propriedades residenciais, comerciais e logísticas ajuda a equilibrar riscos. Galpões industriais em áreas como Porto Belo, por exemplo, subiram 15% em 2024, impulsionados pelo comercio, turismo, e prestação de serviços. Já os apartamentos de luxo em capitais como Floripa ou cidades como Itapema e Porto Belo quando respeitam alugueis realistas permanecem rentáveis, com aluguel rendendo cerca de 6% ao ano.
Aproveite a janela de curto prazo
A queda recente do dólar barateou materiais de construção. Algumas construtoras anteciparam compras, e isso se refletiu em descontos para quem entra hoje em projetos com entrega até 2027 — com preços até 15% menores do que os praticados em 2024.
Imóveis vs. Ações
Enquanto o Ibovespa acumula perdas de 18% em 2025, os fundos imobiliários (FIIs) seguem firmes, com alta média de 9% — especialmente os focados em logística e educação. Além disso, pagam dividendos mensais de cerca de 0,6%, o que ajuda a manter a renda mesmo com a bolsa em baixa.
Imóveis vs. Renda Fixa
Mesmo com o Tesouro IPCA+ 2035 oferecendo cerca de 5,5% ao ano, o mercado imobiliário ainda se mostra mais atrativo historicamente: em média, 7,2% ao ano. E mais — os aluguéis acompanham a inflação, funcionando como um escudo contra surpresas econômicas.
Os dados mostram que, ao longo da história, investir em imóveis com demanda sólida — seja agrícola, logística ou turística — é uma forma eficaz de atravessar turbulências. Em tempos de juros altos e crises comerciais, boas oportunidades surgem para quem pensa no médio e longo prazo. Quem estiver atento pode se beneficiar tanto da valorização patrimonial quanto da geração de renda passiva. E, como já vimos, os ativos reais seguem firmes quando o mundo balança.
Mas lembre-se, tudo isto pode mudar depende onde voce vai apostar suas fichas, em um mercado volátil, uma economia volátil, um ambiente volátil ou em um ambiente seguro.
2. https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/guerra-comercial-trump-onde-investir-renda-fixa/
4. https://www.paulogala.com.br/a-historia-das-tarifas-nos-eua-protecionismo-na-construcao-da-nacao/